Os prémios da Academia de Hollywood valem o que valem, mas a verdade é que o premiado com a categoria mais importante – a de melhor filme- é aquele que ano após ano será sempre lembrado juntamente com os dos outros anos antes de cada edição dos Oscars, quer seja pela injustiça de haver outros filmes melhores, ou pela sua qualidade e merecimento. Terá sempre aquela marca que o fará ser distinguido face aos milhares de outros filmes que estrearam naquele ano.
Serve esta introdução a propósito do “Caso Spotlight”, Óscar de melhor filme na edição 88. Um filme impecável a nível de produção, interpretações e relevância social da temática – puxar pelo lado mais nobre do jornalismo de investigação – o de destapar escândalos de abuso de poder de uma instituição social forte e poderosa (neste caso a igreja católica) sobre uma franja fraca e marginalizada (nesta história as vítimas de pedofilia). Em suma: a busca da verdade.
Spotlight faz-nos mergulhar num mundo diferente (roupas, cenários, adereços), com um ritmo alucinante e um impacto visual inesquecível como Mad Max: Fury Road ? Não, não faz. Mas traz a arte de contar bem uma história que não nos deixa indiferentes e deixa aquele nó chato na garganta.