DONALD TRUMP E OS GIFS

Os Gifs são por vezes pequenas maravilhas artísticas, mas, neste caso, o Rui quis lembrar a sua potencialidade satírica. Vem isto a propósito do muito assustador candidato presidencial Donal Trump e da forma como o universo gif o retratou.

Aqui fica uma breve seleção:

O senhor atrás do candidato arrependido de ali estar

Visão artística se é que é possível

A despedir os que estão contra ele

Compôr o cabelo

O CENTRO POLÍTICO E AS IDEOLOGIAS

O Rui diz que não entende o medo que os jornalistas e comentadores têm deste desvio que a política está a tomar em muitos países ocidentais (Portugal e E.U.A incluídos) de desvio do “centrão” para um pensamento com uma ideologia vincada. Diz ele que durante os governos do bloco central toda a comunicação social atacava os interesses do centro, agora que as coisas estão mais definidas surge o pânico e o horror de algumas políticas que são defendidas e postas em prática.

Para confirmarmos as supostas virtualidades do centro político nada como descobrirmos este vídeo dos discursos (a papel químico) de apoio à guerra do Iraque feitos por  Hillary Clinton e George W Bush, guerra essa que teve e está a ter os resultados que sabemos.

A CRISE FINANCEIRA DE 2008

Há uns dias estava a tomar café com o Rui que me confidenciava: Já não aguento mais esta história de falarmos da crise, do pacto de estabilidade e do défice, nunca mais conseguimos viver normalmente! Gostava de perceber como é que isto tudo começou, onde é que estes senhores da alta finança tinham a cabeça para rebentar com a nossa vidinha!

Estava mesmo irritado, tanto que quando lhe propus que visse “The big short”/”A queda de Wall Street”, com   Christian Bale e Steve Carell, e nomeado para 5 Óscares, disse que não estava com paciência para ver filmes que falassem em economês. Só quando lhe expliquei com toda a paciência que o filme não era nada disso é que foi acreditando em mim.

De facto o filme podia-se chamar: “A origem da crise financeira para tótós”. Tanto é assim que retrata um conjunto de analistas financeiros que souberam detetar a tempo que a bolha do imobiliário e dos créditos da habitação ia rebentar em breve. Criaram os famosos swaps que lhes permitiram angariar muitos milhões graças aos malabarismos que os tubarões da alta finança fizeram para seduzir muitos americanos que julgavam que qualquer casa podia ser comprada a crédito.

Mantém durante todo o tempo um tom informal e pedagógico que é da maior importância para não caírmos nos mesmos erros. Mas vamos caír…

 

 

 

CAMPANHA PRESIDENCIAIS 2016

Falta pouco mais de um mês para, segundo as sondagens, os portugueses entronizarem Marcelo Rebelo de Sousa na cadeira da Presidência da República. Como já era previsível, sem uma candidatura forte a esquerda o caminho era fácil. Mas, tal como me diz o Rui: “O que mais chateia é que não se vê criatividade nenhuma no apelo ao voto. A mensagem é pobre da parte dos candidatos da esquerda, pelo que para Marcelo só basta aparecer, sem gastar dinheiro em material de comunicação”.

De facto assim é. Maria Belém destaca “A força do carácter” (será este o traço mais óbvio da candidata??), Sampaio da Nóvoa afirma-se com um entusiasmante “Um presidente capaz” (mais aborrecido é difícil), Marisa Matias recria o slogan de Sampaio de 1996 “Uma por todos” e Edgar Silva jura “afirmar os valores de Abril.

Enquanto isso, em Espanha, coletivos de artistas gráficos juntam-se espontaneamente as campanhas eleitorais para dar mais criatividade e originalidade, como aconteceu nas autárquicas deste ano, especialmente na independente Manuela Carmena, que apesar da sua avançada idade foi um foco de inspiração na comunicação política.

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ANTÓNIO COSTA E O GOVERNO NÃO PARITÁRIO

“Em 2005, a vizinha Espanha teve pela primeira vez um governo paritário-igual número de ministras e ministros. Dez anos depois, o novo governo português,  apesar de pretender ser progressista, não reflete esse ideal de ter em números de ministros a proporção de género na sociedade portuguesa, que ficou mais uma vez sem efeito”, contava-me o Rui irritado com mais uma tentativa gorada de se atingir esta meta, por muito contente que esteja com um governo apoiado pela esquerda.

Pelas suas contas, este executivo simboliza um Portugal em que as mulheres representam pouco mais de 20% da sociedade e os homens mais de 75% – 4 mulheres e 14 homens-. Em compensação temos um primeiro ministro de origem goesa e uma ministra negra.

Mais uma palavra para a escolha de João Soares como Ministro da Cultura. “Esta gostei!”, contava-me o Rui que finalmente haverá alguém que ocupe este lugar com experiência em política cultural, peso político e experiência profissional na área cultural, já que há 40 anos que exerce como editor de livros. “Finalmente dar peso à cultura!”

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PAULO CUNHA E SILVA E A POLÍTICA CULTURAL

O Rui está irritado com as surpresas da vida. “Numa área onde o número de autarcas que sabem aplicar uma política cultural é tão reduzido, logo havia de desaparecer Paulo Cunha e Silva, que em 2 anos soube fazer isso de uma maneira exemplar”. Soube reativar a cultura e os agentes culturais, dinamizar, colocar em rede figuras e instituições que já não se lembravam bem o que isso era, e sobretudo a vitalidade de trazer sempre ideias novas e estabelecer compromissos entre o que era institucional e o arrojo e a novidade. Sabia como ninguém marcar presença ativa nas redes sociais. Tudo isto foi conseguido em apenas meio mandato autárquico, ficamos irritados ao imaginar o que podia ter sido feito se ele por cá andasse mais tempo

Não há pessoas insubstituíveis, mas, Paulo Cunha e Silva soube aplicar da melhor forma a ideia e a vontade (quase inédita) de um presidente de câmara que queria colocar a cultura como uma das prioridades do seu programa político.

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O DEPUTADO DO PAN – PESSOAS, ANIMAIS, NATUREZA

O Rui está de luto depois do dia das eleições, ficou incrédulo com a vontade dos portugueses em dar mais votos a uma coligação que tanto empobreceu a classe média, e tanto ajudou a precarizar o trabalho. E mais ainda com a dita euforia de certos partidos perante uma suposta maioria de esquerda no parlamento, qual maioria se não há entendimento possível?

Muito mais interessante foi a eleição do deputado do PAN (Pessoas, Animais, Natureza). Com uma campanha discreta e parca em recursos, e um manifesto online de pendor filosófico e pouco claro, com frases como esta:

Da crença na separação entre si e os outros surge o medo, a insegurança, a carência e a vulnerabilidade, que por sua vez se traduzem em avidez e hostilidade. Estas são as bases psicológicas, mentais e emocionais, de uma civilização que desde há muito evoluiu no sentido da progressiva separação entre o ser humano e o mundo natural e que, desde há quatro séculos, na Europa e no Ocidente em geral, se deixou seduzir pelo projecto de dominar, explorar e escravizar a natureza e os seres vivos, incluindo os seres humanos supostamente menos desenvolvidos, para superar as suas carências ou dar livre curso à sua ganância e desejo de poder e prazer.

Perante isto o PAN conseguiu cavalgar a causa dos direitos dos animais e atingir uma larga minoria que o tornou num pequeno partido com uma interessante implantação nacional dada a sua dimensão. Agora é preciso o deputado ter alguma assertividade e obstinação para conseguir puxar os seus colegas da Assembleia a apoiar os seus projetos lei.

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A POSTURA DE PEDRO PASSOS COELHO

O Rui diz que já desistiu de ver o jornal de campanha da coligação PAF. Ele diz que sabe que em campanha eleitoral há sempre uma personagem que o político candidato encarna que fala e promete muito, e que, ao chegar ao poder as coisas nunca se concretizam exatamente da mesma forma. Por isso já não se sente propriamente enganado com essa disparidade.No limite até percebe que não será fácil ser confrontado em campanha com políticas da sua autoria que empobreceram cidadãos, e que, obviamente originam comportamentos de revolta.

Outra coisa, muito diferente é a incapacidade de Pedro Passos Coelho conseguir transmitir qualquer empatia ou sensibilidade pelo eleitor que o aborda e que se queixa, mesmo esperando apenas desabafar a sua situação de vida que pode estar a atravessar uma situação dramática. Mais: mostra alguma irritação e rigidez que se confunde facilmente com autoritarismo. Que, perante este sinal visual óbvio do líder da PAF os eleitores continuem a manifestar o seu agrado nas inúmeras sondagens feitas é uma tristeza que o Rui não consegue explicar.

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LEGISLATIVAS 2015 – ASSUNTOS MUITO IMPORTANTES

O Rui está surpreendido com o tipo de temas que são abordados nesta campanha eleitoral para as legislativas de Outubro: “Até parece que vivemos num país rico, com uma economia saudável”. Uma vez que o Verão está quase no fim, e o calor já não é o mesmo que convide uma ida a praia, não se percebe a qualidade dos temas abordados nesta (pré) campanha eleitoral.

A fotografia do corpo nu da grávida Joana e o seu companheiro que logo de seguida conseguiram fazer o seu bebé, a libertação de um ex-primeiro ministro que não é candidato e se ele vai falar ou não durante a campanha, a visita do futuro candidato que ainda não é candidato Marcelo Rebelo de Sousa a Festa do Avante, o cancro da mulher do primeiro-ministro.

E que tal falar-se dos cortes salariais, das prioridades da economia salarial, do rumo a dar ao país, de uma nova lei eleitoral, dos direitos das minorias, de mais classe média, do fim dos cortes.

Que tal acabar com este vazio?

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