O Rui está de luto depois do dia das eleições, ficou incrédulo com a vontade dos portugueses em dar mais votos a uma coligação que tanto empobreceu a classe média, e tanto ajudou a precarizar o trabalho. E mais ainda com a dita euforia de certos partidos perante uma suposta maioria de esquerda no parlamento, qual maioria se não há entendimento possível?
Muito mais interessante foi a eleição do deputado do PAN (Pessoas, Animais, Natureza). Com uma campanha discreta e parca em recursos, e um manifesto online de pendor filosófico e pouco claro, com frases como esta:
Da crença na separação entre si e os outros surge o medo, a insegurança, a carência e a vulnerabilidade, que por sua vez se traduzem em avidez e hostilidade. Estas são as bases psicológicas, mentais e emocionais, de uma civilização que desde há muito evoluiu no sentido da progressiva separação entre o ser humano e o mundo natural e que, desde há quatro séculos, na Europa e no Ocidente em geral, se deixou seduzir pelo projecto de dominar, explorar e escravizar a natureza e os seres vivos, incluindo os seres humanos supostamente menos desenvolvidos, para superar as suas carências ou dar livre curso à sua ganância e desejo de poder e prazer.
Perante isto o PAN conseguiu cavalgar a causa dos direitos dos animais e atingir uma larga minoria que o tornou num pequeno partido com uma interessante implantação nacional dada a sua dimensão. Agora é preciso o deputado ter alguma assertividade e obstinação para conseguir puxar os seus colegas da Assembleia a apoiar os seus projetos lei.

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